Em maio de 2018, o quadrinista e ilustrador Silva João publicou na plataforma Tapas as primeiras páginas de HQ de Briga. Com o desenvolvimento da narrativa e o engajamento cada vez maior dos leitores, o autor decidiu buscar colaboradores no Catarse para financiar a impressão do livro que reunirá todos os capítulos lançados até agora, além da conclusão inédita do arco narrativo.
O projeto foi financiado com sucesso, batendo mais de 200% da meta. Acho que só com essa informação já dá pra entender que, além de divertida, a história é muito envolvente, né?
HQ de Briga utiliza todos os clichês de histórias de ação para narrar (de forma totalmente original) a saga do Protagonista que, ao lado do Rival Amigável e do simpático Demônio, viaja do Japão para o Bronx e depois segue para Rio Claro/SP, onde deve encarar o Antagonista e seu exército, os capangas número 1, 2, 3 e 4.

Como o próprio autor define, seus desenhos são enxutos, priorizando a comunicação e a entrega das piadas da forma mais eficaz possível. E, nesse quesito, Silva acerta em cheio!
Quando era criança, sonhava em ser pintor e fazendeiro (acredite se quiser!). Aos poucos, foi abandonando a ideia de tocar gado e voltou a estudar desenho quando ingressou na faculdade de Letras. Hoje, aos 28 anos, reencontrou em suas publicações online a paixão que sentia por seus personagens criados no Ensino Fundamental.

Sempre influenciado por Osamu Tezuka e pelos quadrinhos mais antigos de Mauricio de Sousa, Silva enxerga o desenho como um tripé formado pela composição, pelo conhecimento de estruturas e pelo estilo, onde cada autor faz a curadoria de detalhes que acha pertinente para passar a mensagem desejada.
“Por estar muito próximo do que vemos na vida real, o desenho apresenta mais possibilidades de distorções significativas. E são essas distorções que me interessam”, conta Silva. “Por isso, procuro usar signos simples, que me possibilitem criar novas impressões sem que o leitor deixe de reconhecer o que está desenhado”.
O texto de Silva João também chama atenção em seus projetos. Sempre preocupado com a sonoridade das falas dos personagens, o autor costuma brincar com a estrutura gramatical das frases e muitas vezes se desafia para ver qual o menor número de palavras que consegue usar para dizer o que precisa.
“Pelas tirinhas que publico em minhas redes sociais, já percebi que quanto mais verborrágica for a história, pior será o resultado”, explica o autor.

Apesar da qualidade de suas criações, o quadrinista revela que sempre sentiu o peso da síndrome do impostor e até hoje não acredita no sucesso de suas tiras e principalmente da HQ de Briga. “Esse reconhecimento por algo que eu fiz foi a melhor surpresa que eu poderia ganhar. Quando as pessoas compartilham ou elogiam meu trabalho, faço questão de entrar em contato e agradecer cada uma delas”, conta o autor.
A edição impressa do primeiro volume de HQ de Briga ficará pronta até a Comic Con Experience deste ano, que acontece entre os dias 5 e 8 de dezembro, mas você já pode encontrar este e outros títulos do autor através do Tapas ou de seu Twitter e Instagram.
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